Quarta feira, dia 13 de janeiro 2010, fui trabalhar numa instalação nas proximidades do Jaguaré, logo cedo, coloquei minha bike no carro do meu carona até a obra, o intuito era voltar para casa mais cedo por que tinha ensaio marcado com minha banda. Sai do Jaguaré por volta das 17:15 desci pelo condomínio onde fica a obra e logo acessei a Av. Politécnica, cruzei a ponte do Jaguaré e passei ao lado do Parque Vila Lobos, resolvi, não sei porque, seguir em frente, ou seja subir pela Av. Queiroz Filho, mas subindo logo me arrependi e voltei pela Av. Padre Pereira de Andrade, nesse momento a chuva caia como chuveiro, chegando próximo ao cruzamento com a Av. Prof. Fonseca Rodrigues, que é a avenida do Parque Vila Lobos, um carro que vinha logo atrás de mim resolveu quase encostar na roda traseira da minha bike, sentido aquilo e olhando para traz freei a bike e parei, nisso já estava no cruzamento, parei a bicicleta em frente ao carro que era um Palio azul claro, e gritando disse: - “ce ta loco !! quer me derrubar !!”, a chuva caia, e o cara dentro do carro fez aquilo que eu nunca esperava, sempre espero ser derrubado, atropelado, encurralado, por ônibus, carros, motos, ser assaltado a mão armada e me levarem a bike, sempre espero algo, mas o que o cara fez, nunca esperei, ele sacou uma arma de fogo e vi através do vidro, minha reação foi automática, como que um acelerador de partículas tomou conta de mim, e tudo começou a ocorrer em velocidade alta, cheguei perto da janela do lado oposto ao condutor, porque era o lado direito, e me pus em frente a ele dizendo:” você quer me matar mesmo?? É isso que você quer?? Me matar ??” ...ele disse... “Você fica na frente, tem que andar pela direita”, nisso ele guardou a arma, eu retruquei: “idiota, eu estava na direita”, e ele, só repetia; “tem que andar pela direita”, e saiu andando e xingado, lógico, virou a direita na av., na real ele queria entrar na av. a milhão sem ter que frear pra ninguém, muito menos pra uma bike,, o fato do problema de transito, não me importo, isso ocorre todos os dias que estou de bike, e tenho que brigar por meus direitos, o fato que incomoda e o cara sacar uma arma de fogo, para fazer valer a razão dele, que não tinha, claro, quando o cara não é homem, e porta arma, a macheza vem à tona num pedaço de ferro, inventado exclusivamente para matar, depois que o carro saiu em disparada , meu raciocínio voltou e já era tarde para pegar a placa do meliante, que ninguém me tira da cabeça, se tratar de um policial, não acredito que seja atitude de um bandido qualquer, já estive algumas vezes em frente a armas portada por bandidos, e este não me pareceu fazer parte dessa casta, e sim da casta mais baixa, a de policiais que não honram seus cargos públicos. Passei o resto do trajeto e do dia pensando no ocorrido, e com sensação que gente como eu e como ele não podem fazer parte do mesmo planeta, o cara gosta de bang bang e eu de forma alguma, pra mim isso não cabe neste mundo, as informações sobre como se vive um pouco melhor nesta mazela de metrópole, estão a mão de todos, não é possível que pessoas continuem desafiando o bem viver dos outro e não vivam bem, ou tentando, ou lutando por uma vida mais normal dentro das nossas limitações humanas, um dia depois seria o aniversario de morte da Marcia Prado, que morreu num momento de luta pelo bem viver, um famigerado ônibus, cumprindo ordens de deslocamento sob pressão de tempo e espaço que não se tem numa avenida como a Paulista, culminou no desgraçado fato.
Pela lei do bang bang da qual o meliante faz parte, peço ao primeiro pistoleiro que estiver lendo este relato, que se o avistar por ai, que saque sua arma primeiro e lhe de um tiro bem no meio da testa e o mande para o etéreo, lugar de onde nunca deveria ter saído, e limpe um pouco a sujeira deste mundo. Pelas leis que acredito, vou continuar andando de bike sem desistir, pra desespero dos que gostam de mim, uma bala poderia me parar, mas ela não foi deflagrada, e isso me torna mais forte, meu ideal de auto sustentabilidade foi fortalecido e a ira e ódio se transformam em carvão para mais e mais ações contra um mundo de total degrado.
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